Laura Conrado é autora dos livros "Miguel e o Pão dos Anjos" (Editora Santuário), "Lendo com o Papai e a Mamãe" (Editora Mãe da Igreja), "Freud, Me Tira Dessa!" (Novo Século) e "Só Gosto de Cara Errado" (Novo Século), sendo, este último, o primeiro volume da série "Freud, Me Tira Dessa!" para adolescentes.
A autora recebeu, com o livro "Freud, Me Tira
Dessa!", o Prêmio Jovem Brasileiro como destaque na
Literatura e o de melhor chick-lit nacional no Destaques Literários
2012. É é jornalista, com pós-graduação em Educação, Criatividade e Tecnologia, mas dedica seu tempo integralmente à escrita.
Estante Insólita - Quais as maiores dificuldades passadas por você para a
publicação de seus livros?
Laura Conrado - A primeira foi conseguir editora. Não é um processo fácil, é
um mercado restrito, fechado, onde tem que ter muita dedicação, muito
investimento, saber apresentar o seu livro, saber um pouco de marketing pessoal
para chegar a uma editora. Agora, o grande lance é depois que você publica, o
trabalho começa aí, porque há uma série de livros no mercado, nas livrarias e é
preciso mostrar os seus livros para os leitores, as pessoas precisam descobrir
o seu título, então é um trabalho grande de divulgação e, até digo, a gente não
tem ser criativo só na hora de escrever o livro, mas também na hora de divulgá-lo.
O ”x” da questão é esse: divulgar e tornar o seu título popular.
EI - Você poderia traçar o perfil de Priscilla, a personagem
principal de Só Gosto de Cara Errado?
LC - A Pri é uma menina como qualquer
outra adolescente com sonhos, quer arrumar um namorado, natural como
qualquer menina, mas não consegue e ela tem uma personalidade que vai sendo
moldada a partir dos relacionamentos: ela se esforça muito para agradar o
outro, encontra “sapos” no meio do caminho, engole alguns “sapos” e, com isso,
ela não diz o que sente, se reprime, acha que tem que ser perfeitinha para ser
amada, tem essa ideia de que ser amada tem a ver com merecimento. Eu criei esta
personagem me baseando nas adolescentes que eu conheço, na minha própria
adolescência, um pouco do que eu vivi e em algumas amigas minhas e quis
trabalhar isso, essa necessidade que a gente tem de ser amada e de se adequar ao
desejo do outro, ao que a gente acha que o outro pensa da gente. E assim nasceu a
Priscilla, uma menina que tem tudo para estar com o cara certo, mas só gosta de
cara errado.
EI - Se pudesse trocar algo de alguma
história dos livros já publicados, você trocaria? Por quê?
LC - Não, até hoje, não. Claro, quando a gente pega alguma coisa
para ler, acha que poderia ter feito um pouco melhor, mas é uma questão de
texto, de profissionalismo, a tendência é de evolução. Todo mundo, quando pega
um trabalho antigo, quer corrigir, melhorar alguma coisa. O bom de ser escritora
é que, caso haja a continuação de um livro, e houve uma “bola fora” no
primeiro, tem como consertar, porque a gente pode criar, já na vida real a gente até tem uma segunda chance para os erros, mas não é
assim. Até hoje eu não
mudaria nada, porque, no livro, nós somos os donos da história.
EI - Houve a necessidade de você buscar diretamente na psicologia
determinados assuntos para desenvolvê-los na série “Freud, Me Tira Dessa!”?
LC - Eu não sou psicóloga, então o livro não é muito técnico e
acho que, por isso, cativa as pessoas, porque é o ponto de vista do paciente, mas
eu estudo muito, eu me preparo para não falar bobagem nos meus livros. Em “Freud,
Me Tira Dessa”, quando a Catarina parte para o analista, eu fui ler, realmente,
conceitos de Transferência, me baseei no meu processo psicanalítico também,
porque eu fiz terapia durante muito tempo. Quando eu me propus a fazer a série
adolescente, eu estudei muito de Teoria do Desenvolvimento do Adolescente, para
entender como funcionava, o amadurecimento mesmo e, a partir disso, fui
colocando algumas experiências, criando histórias, então eu tenho muito esse
cuidado de não falar bobagem, primeiramente pelo esmero com o trabalho,
principalmente com o público adolescente que é um público em formação, então quero
transmitir tudo certinho e ao participar de eventos, como a FLIVA, não fazer feio. (Risos)
EI - Em qual dos livros houve maior complexidade para
caracterização das personagens ou desenvolvimento da história?
LC - “Freud, Me Tira Dessa”, porque eu acabei criando uma série de
coisas para a Catarina, minha personagem, problemas com a mãe, o público é um
pouco mais velho e ela é uma pessoa um pouco mais complexa, com vinte e tantos
anos, que está tornando-se adulta. Acho que foi mais difícil criar este cenário
para a Catarina, criar o problema e tirá-la dessa, assim como no livro 2, a
continuação da Catarina, os leitores pedem muito e vai sair em março do ano que
vem, então também estou tendo esta dificuldade em deixa-la mais adulta, em amadurecer
a personagem. A série adolescente também tem os devidos cuidados, mas foi mais
tranquilo de ser escrito, talvez porque eu já tenha vivido esta fase.
http://www.lauraconrado.com.br/
Olá!
ResponderExcluirA Laura sempre inteligente e carinhosa.
Essa mulher é incrível!
Adorei a entrevista. Parabéns!
Abraços,
Beatriz Ramos.